Projetos de Pesquisa

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Resumos  dos Projetos

PROJETO 1: Paralisia da Crítica: Dialética e Transformação Social em Herbert Marcuse 

O projeto procura recuperar a orientação dialética na ordem contemporânea da teoria crítica. Enquanto experiência regida pela transformação histórica, a dialética é uma forma de pensamento que sofre as consequências do tempo. Marcuse seria o primeiro a notar isso, quando diagnostica a "paralisia da crítica" enquanto reflexo da ordem da sociedade industrial avançada, tal como descreve em O homem unidimensional. Nessa nova ordem, dissolve-se o cenário das contradições reais - e a potencialidade da luta de classes - em nome de um espaço social das oposições integradas - cujo limite é a concorrência em nome do status quo. Marcuse reconhece neste cenário unidimensional a impossibilidade da crítica tradicional diante dos impasses da nova sociedade. Todavia, ao invés de abandonar a dialética, Marcuse reconhece a historicidade desta tradição, de modo a deixar em aberto a possibilidade de transformação social aliada a uma nova experiência do pensamento. Nosso projeto pretende, primeiramente, fazer uma gênese desta problemática marcuseana. Pois convém dizer que a "paralisia da crítica" é algo que Marcuse nota desde sua juventude, sendo sua tese sobre a historicidade em Hegel uma tentativa de resposta às crises do marxismo e da dialética nos fins dos anos 1920. Com essa recuperação, podemos compreender a natureza da dialética marcuseana. Mais ainda, é possível refletir em que medida sua proposta ainda carrega a possibilidade de um novo ciclo de crítica e transformação.

Palavras-chave: Dialética, Transformação Social, Herbert Marcuse, Teoria Crítica


PROJETO 2: A Filosofia vai à Escola: o exílio como paradigma crítico

Projeto voltado para o Ensino de Filosofia. O objetivo da pesquisa é o lugar do ensino de Filosofia nas Escolas. Quais experiências de seu ensino podemos identificar? Que especificidades da área podemos considerar?   Questões fundamentais para refletir sobre o espaço e o tempo curricular do filosofar na formação educacional. Nesse sentido, duas considerações: 

  1. Pensar o lugar da Filosofia nas formações curriculares contemporâneas é de algum modo pensar seu ensino como a experiência de um "exílio": a função questionadora da Filosofia lança um olhar estrangeiro sobre a escola e seus agentes. 
  2. A Filosofia também expressa um tempo diverso do ensino para habilidades e competências. As articulações de suas atividades apresenta um modelo diverso de ensino, uma questão para investigar os processos formativos da escola como um todo. 

Palavras-chave: Ensino de Filosofia, Escola, Teoria do Currículo, Formação, Educação


PROJETO 3: Topologia do Comum: O ético e o político entre a utopia e a heterotopia

Recompor um universo crítico diante do estado de coisas - eis o desafio. Para tanto, a pesquisa pretende avançar sobre o debate contemporâneo em torno do conceito de "comum", compreendido em chave ético-política. Dardot e Laval consideram a pluralidade de sentidos que o termo assume nos debates políticos até então. Na obra Commun: Essai sur la révolution au XXI siècle, os autores criticam certo limite essencialista recorrente nos discursos em defesa do comum. Em contrapartida, procuram compreender o comum por "um conjunto de práticas e valores que visam defender os interesses da comunidade contra uma agressão das classes dominantes". Essa seria uma reposta a outra hipótese que considera o comum enquanto elemento operatório de uma ideia (eidos), como no caso de Alain Badiou, que encontra na "ideia de comunismo" a projeção na história do devir-Sujeito político na história. Entre a ação e a ideia, temos, pois, duas compreensões do que seja o "comum". Nossa investigação parte da compreensão de que este debate perde seu sentido se não levar em conta certa topologia do conceito, que demanda a questão pelo lugar em que o comum se estabelece nas formas de vida. Nesse sentido, a investigação lembra outros dois componentes críticos, por vezes associado ao campo espacial. Recuperamos, pois, o conceito de utopia sob a ótica marcuseana do conceito, a saber, enquanto topos crítico que se efetiva, concretamente, na contradição da sociedade. Mas também é possível remetermos a outro topos crítico: a perspectiva foucaultiana das heterotopias: mais do que um "lugar nenhum", a compreensão de "espaços absolutamente outros". Sob a tensão destes dois topói, investigaremos em que medida a compreensão e os debates contemporâneos sobre o "comum" são efeitos desta liga topológica da crítica. Com efeito, pretendemos enriquecer aqui elementos ético-políticos que procurem compreender não apenas o espaço público em seu caráter comum como também a subjetividade dele derivada.

PALAVRAS-CHAVE: Utopia, Heterotopia, Comum, Genealogia do Poder, Teoria Crítica

Silvio Carneiro - Professor de Filosofia da UFABC 
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